sábado, 8 de outubro de 2011

Alphonsus de Guimarães


Elias Andreato lê trechos de Alphonsus de Guimarães na Bienal do 

Livro - RJ-2011

*O áudio não está tão bom, mas vale o registro. Acompanhem com a letra que fica mais fácil.

SONETO DA DEFUNTA AMADA

Quando te fores, branca, de mãos postas,
E me deixares neste val de pranto,
Deitada assim, como as demais, de costas
Sobre o teu leve esquife de pau-santo:

Quando as rosas dos seios, decompostas,
Vierem causar à própria morte espanto,
E nessas tábuas vis, onde te encostas,
Te for o lodo o derradeiro manto:

Ainda hei de ver as lúcidas violetas
Que floriram no teu olhar incerto,
Por sob as tuas sobrancelhas pretas...

Ai! como Inês tu não serás rainha:
Mas amada hás de ser no céu decerto
Porque na terra nunca foste minha...


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